sábado, 20 de abril de 2024
Nutrição, Poluição e Detoxificação

Nutrição, Poluição e Detoxificação

por Ana Lima  – Agência Duka

Beautiful smiling woman with a plate of fruits

Especialista alerta, esse assunto muitas vezes tratado de maneira tão superficial, se encarado da forma correta pode trazer muitos benefícios a saúde e ajudar a salvar vidas

O assunto detoxificação, ou “detox” na forma abreviada e mais popular, ganhou atenção da mídia no ano de 2014, e assim o segue em 2015 o que parece uma novidade, é algo tão antigo quanto a existência das células vivas. Em 1999, o nutricionista, farmacêutico bioquímico e introdutor da nutrição funcional no Brasil Gabriel de Carvalho já abordava esse tema em seu primeiro curso em Porto Alegre. Da mesma forma que em nossas casas, mesmo o mais simples organismo vivo necessita livrar-se do “lixo” (venha ele de fora ou produzido internamente) assim também nossas células. Para que tal tarefa seja feita em nossas casas, precisamos separar o lixo, colocar em recipientes adequados e levá-lo até o local de descarte (a lata de lixo). De qualquer forma, alguns passos são necessários, bem como gasto de energia, para que completemos esta tarefa com sucesso. No nosso organismo não é diferente.

O lixo vem de várias fontes: agrotóxicos, plásticos usados nas embalagens, materiais provenientes do vestuário, acessórios, maquiagens, perfumes e cosméticos, utensílios de cozinha, poluentes que chegam pelo ar que respiramos ou pela água que bebemos, e ainda o que é produzido em nossas próprias células nas reações químicas essenciais a vida. O tempo todo estamos em contato com “poluentes” (também chamados, toxinas), e para que a eliminação destas toxinas (destoxificação ou detoxificação) seja feita, nossa célula necessita de vários nutrientes, além do consumo de energia.

Gabriel cita alguns dos nutrientes necessários para que este processo ocorra: ferro, zinco, cobre, molibdênio, manganês, selênio; e as vitaminas A, B2, B6, B9, B12 e fosfatidilcolina. Além de todos estes, necessários para a função “natural” das reações, diversos outros elementos podem “acelerar” ou “freiar” a velocidade com que estas acontecem: aminoácidos (componentes fundamentais das proteínas), flavonoides (presentes em alta concentração em frutas e verduras, como cacau, chá, cebola, laranja, uva, amora e tantos outros) e compostos enxofrados (como os encontrados no alho, brócolis, couve, repolho) são os mais conhecidos.

Caso não consumamos estes nutrientes em quantidade suficiente, estas reações ficam prejudicadas, e começam a funcionar de forma mais lenta, o que leva ao acúmulo deste “lixo tóxico” dentro de nosso organismo. Há ainda o detalhe de que quanto mais gordura temos no corpo, mais temos “espaço” para acumularmos os poluentes, e quando emagrecermos, eles voltarão a circulação…

Os estudos em seres humanos mostram claramente os malefícios deste acúmulo tóxico. Cito alguns estudos. Quanto maior a carga tóxica (medida no sangue ou gordura) de um indivíduo, maior o risco deste tornar-se obeso, diabético, hipertenso e com alto nível de gordura abdominal (visceral). Quanto maior esta carga tóxica, mais aumentam os níveis de exames de sangue comuns, como GamaGT, ácido úrico, proteína C reativa, triglicérides, e menor o HDL. Os estudos mostram que o risco de tornar-se diabético aumenta muito mais com o aumento da GamaGT do que com o aumento do peso corporal! Outros estudos já associam este acúmulo tóxico com maior risco de autismo, hiperatividade, e infertilidade.

Além disso, Gabriel lembra que a habilidade com que cada um de nós lida com estas toxinas é absolutamente individual, determinada pelos genes que carregamos. Desta forma, nossa dieta também precisa ser individualizada, de forma a “reduzir” o risco destes “maus genes”, como mostram estudos na área de câncer. Estas pessoas precisariam, por exemplo, consumir mais repolho ou brócolis ou couve, e assim, conseguirão reduzir o risco de câncer elevado devido aos “maus genes”.

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