sábado, 20 de abril de 2024
Mulheres vão ter aulas de defesa pessoal na Casa da Mulher Brasileira

Mulheres vão ter aulas de defesa pessoal na Casa da Mulher Brasileira

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As aulas gratuitas são para mulheres a partir de 18 anos, incluindo mulheres com deficiência, mulheres transsexuais e transgêneros

A Casa da Mulher Brasileira vai oferecer aulas gratuitas de defesa pessoal para mulheres. A aula inaugural foi feita na sexta-feira, dia 16 de agosto, e contou com a presença do lutador Maurício Shogun, do Instituto Shogun Rua. O prefeito Rafael Greca também participou do lançamento da ação.

A primeira turma vai ter início no dia 22 de agosto e já está com as vagas completas. As aulas gratuitas são para mulheres a partir de 18 anos, incluindo mulheres com deficiência, mulheres transsexuais e transgêneros.
São 20 vagas e a duração do curso é de um mês. As aulas acontecerão nas terças e quintas-feiras, das 15h às 16h, na Casa da Mulher Brasileira.

De acordo com o prefeito Rafael Greca, o projeto tem duas vertentes. Uma é o treinamento físico para as mulheres aprenderem a se defender e a outra é a consciência dos seus direitos.

“A importância da consciência dos direitos da mulher. Da força que tem uma pessoa com consciência de que violência contra mulher é crime. Que assédio é crime e que maltratar as pessoas é crime”, ressaltou o prefeito.

“Queremos que as curitibanas saibam se defender na rua e dentro de casa, contra a violência doméstica”, completou Greca.
O prefeito explicou, ainda, que as primeiras turmas vão acontecer na Casa da Mulher Brasileira. Mas o projeto irá para todas as regionais da cidade.

Vanessa Volpi, procuradora-geral do Município de Curitiba, foi quem teve a ideia de ofertar aulas de defesa pessoal para as mulheres curitibanas. “Soube de um caso de uma mulher que sofreu violência sexual e ficou tão traumatizada que tem medo de sair na rua. As mulheres irão se sentir mais seguras em ambientes públicos e em casa”, disse Vanessa.

Violência doméstica

Durante o treinamento, as alunas serão com relação aos tipos de violência doméstica previstas na Lei Maria da Penha, os canais de denúncia e os serviços da Prefeitura, como a Casa da Mulher Brasileira e a Pousada de Maria.

Elenice Malzoni, assessora de Direitos Humanos da Prefeitura, lembra que Curitiba é pioneira no atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica. “Ainda em 1993, Margarita Sansone, então presidente da Fundação de Ação Social (FAS), criou a primeira Pousada de Maria. Hoje, somos referência no atendimento de mulheres e seus filhos”, comentou Elenice.

Defesa pessoal

Professores do Instituto Shogun Rua irão ensinar movimentos básicos de defesa pessoal. Além disso, a Assessoria de Direitos irá dar informações de prevenção à violência para mulheres.

A próxima turma será em setembro e as inscrições podem ser feitas pelos telefones: 3221-2714 ou 3321-2739.

O curso é uma parceria entre Prefeitura de Curitiba e Instituto Shogun, por meio da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude (Smelj) e Assessoria de Direitos Humanos e Política para Mulheres.

Aulas para todas

A primeira turma do curso de defesa pessoal terá cinco mulheres com deficiência. Três mulheres cegas, uma surda e uma cadeirante.

Denise Moraes, diretora do Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Prefeitura de Curitiba, explica a importância de incluir mulheres com deficiência nesta iniciativa.

“Uma mulher cega, por exemplo, não sabe nem de que lado vem a agressão. É muita covardia e crueldade. Pessoas com deficiência intelectual ou Transtorno do Espectro Autista têm dificuldade de compreensão do que está acontecendo”, disse Denise.

Dayane Bubalo Mendes, deficiente visual, está ansiosa para o início das aulas, porque ela sente no dia a dia a insegurança. “A gente consegue prestar atenção nos movimentos das pessoas, mas se for uma questão de violência vai ser muito rápido, não vai ter como prestar atenção. Com a aula a gente vai poder ter a noção de onde vem a agressão, como vem e como podemos nos defender”, conta Dayane.

Polyana Miranda Rasoto também irá participar das aulas. “Acredito que esse curso é algo muito especial para as mulheres, representa a defesa da mulher. Infelizmente, sofremos com falta de respeito e as aulas vão nos ‘empoderar’”, comenta Polyana.

Não à Violência Contra a Mulher

Durante o evento, o prefeito Rafael Greca também fez o lançamento da cartilha “Diga não à Violência Contra a Mulher”. A publicação contém informações sobre os tipos de violência: sexual, psicológica, moral, física e patrimonial.

A cartilha será divulgada em capacitações que ocorrerão nas dez Administrações Regionais da cidade, ainda no segundo semestre. O público alvo será de servidores, líderes comunitários e entidades não-governamentais.

O objetivo é ensinar as mulheres a identificar sinais de violência e orientar outras mulheres quanto aos serviços de atendimento e proteção à mulher da Prefeitura.

Presenças

Também participaram do evento o vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, a coordenadora da Casa da Mulher Brasileira, Sandra Praddo, os representantes do Instituto Shogun Rua, Bruno Ferreira, Luana Barbosa, Marcos Rua e Cristian Mazza, e os vereadores Katia Dittrich, Jairo Marcelino e Edson do Parolin.

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