quarta-feira, 24 de abril de 2024
A batalha diária de Ana Luisa

A batalha diária de Ana Luisa

por Noelcir Bello

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Esta história começa em um grave acidente de trânsito sofrido pela família de Ana Luisa, quando sua mãe, aos seis meses gestação da pequena Ana, quebrou os dois pés, um braço e  teve um deslocamento de coluna. Infelizmente, este acidente causou ainda a morte da filha de 18 anos do casal.

Ainda assim, Ana, uma pequena guerreira, conseguiu nascer depois de um pouco mais de oito meses de gestação. O nascimento de Ana trouxe novamente a alegria a todos na casa, no entanto, com apenas um mês de vida, a pequena foi diagnosticada com uma doença rara.

O diagnóstico apontou microcefalia, uma doença em que a cabeça e o cérebro das crianças são menores que o normal para a sua idade, influenciando o seu desenvolvimento mental. A família passou a correr atrás de recursos e soluções para este problema.

Do diagnóstico ao tratamento

Os exames dão conta de que nos três primeiros meses da gestação a mãe teve uma infecção, que não causou dano algum a ela, mas afetou a criança. Hoje a Aninha está com 2 anos e 9 meses e ainda não sustenta totalmente a cabecinha, não senta, não engatinha, não fala. É uma criança alegre, que interage com todos e dá demonstrações de entender muitas coisas a sua volta. Ela tem também dificuldade visual. Desde os 5 meses de vida, faz fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia e estimulação visual. Seu tratamento tem sido feito na escola especial AMCIP, com duração de duas horas diárias e já é possível se notar uma grande evolução nos movimentos da pequena Aninha.

Uma fisioterapeuta que atendeu Ana por mais de um ano abriu uma clínica de reabilitação e apresentou uma terapia intensiva, que tem feito muita diferença na vida de muitas crianças, chamada “PediaSuit”. É um tratamento intensivo, com duração de quatro semanas, com quatro horas diárias de exercícios associados ao uso de um macacão terapêutico ortopédico, que irá promover um ajuste biomecânico no paciente.

Utilizando-se de uma vestimenta ortopédica macia e dinâmica, que consiste em chapéu, colete, calção, joelheiras e calçados adaptados, que são interligados por bandas elásticas, o conceito básico do PediaSuit é o de criar uma unidade de suporte para alinhar o corpo, o mais próximo do funcional possível, restabelecendo o correto alinhamento postural e a descarga de peso, que são fundamentais na modulação do tônus muscular, da função sensorial e vestibular. As bandas elásticas são ajustáveis, o que significa que se pode aplicar axialmente no corpo uma descarga de 15 a 40 kg.

Corrente do bem

A Prefeitura de Quatro Barras está com um processo de licitação para a compra da cadeira de rodas sob medida, que irá ajudá-la na correção postural. Também está com um projeto de equoterapia, uma forma de terapia que utiliza-se de cavalos, já que esta é também uma forma de resposta muito rápida para o desenvolvimento de toda a parte neuropsicomotora. Este atendimento será realizado no Rancho Dalprá.

A despesa mensal de todo o tratamento é de R$ 12 mil e a família não tem condições de bancar o valor, por isso foi criado um grupo de apoio nas redes sociais. Também surgiu uma ideia, através das crianças de uma escola de Quatro Barras, de espalhar cofrinhos com a foto da Ana Luisa em diversos pontos da cidade e neles todos podem colaborar com qualquer valor, propagando a campanha e formando uma rede de ajuda.

Pinhais está nessa luta

Pinhais também entrou nessa ação e diversos cofrinhos já estão sendo espalhados pela cidade. No cofrinho, que também é doado por um voluntário, você vai encontrar o número da conta: Banco HSBC, Agência 1034 e Conta 00256-43, em nome de Ana Maria Rodrigues, mãe da pequena Aninha. O número de telefone da mãe para mais informações é o (41) 9214.4616.

Ao tomar conhecimento do caso, o LIONS Club Pinhais encampou a ideia e cedeu seu espaço para a realização de um jantar beneficente a ser realizado no próximo dia 11, na Rua José Mariano dos Santos 135. No evento será servido o tradicional arroz carreteiro, às 20:30 horas.

“Hoje, não sei qual é o agir de Deus na vida dela, o quanto ela vai melhorar. Hoje, eu sou seus olhos, sua boca, seus braços, suas pernas. Tenho uma esperança muito grande no meu coração, que unindo o nosso amor de pais, com o carinho dos nossos amigos, vamos vencer”, finaliza Ana Maria Rodrigues, mãe da Ana Luisa.

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